quarta-feira, 16 de junho de 2010

ANASARCA


A anasarca é caracterizada pelo excesso generalizado de líquido no interstício e no interior das próprias células e apresenta fisiopatologia variada conforme os mecanismos responsáveis por sua produção.

ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA

A água corpórea total no adulto corresponde de 60 a 70% do peso corpóreo: nos obesos e idosos, o volume é menor (50 a 60%). Os líquidos corpóreos estão distribuídos em dois compartimentos: · intracelular (40% do peso corpóreo); · extracelular (20%; destes, 5% no intravascular e 15% no interstício). Assim, um homem saudável de 70 kg tem cerca de 42 litros de água no corpo; 28 litros intracelular e dos restantes 14 litros, 3,5 litros ficam na circulação e 10,5 litros no interstício.
O volume do líquido intersticial é determinado pela lei de Starling:
Pressão hidrostática (capilar – tecido) – pressão oncótica (capilar – tecido) = movimentação de líquido do capilar para o interstício

O aumento da pressão hidrostática capilar, causado pela obstrução venosa ou pela queda na pressão oncótica capilar resultante da hipoalbuminemia, aumenta a movimentação de líquido dos capilares para os tecidos. O edema clinicamente detectável surge quando uma quantidade de líquidos suficiente, pelo menos 5 litros em um adulto, foi transferida para o interstício.

Anasarca deve ser considerada uma manifestação clínica de gravidade de uma patologia de base, frequentemente cardíaca, renal ou hepática. Sua investigação deve, portanto, permitir o correto diagnóstico do edema e sua causa.


História Clínica


Início e Evolução

Geralmente se inicia nos pés e nas pernas (ortostático). Quando ocorre comprometimento precoce da face, sugere patologia renal. Quando se inicia por ascite, sugere origem hepática. Geralmente o edema é progressivo, de longa duração, com períodos de agudização associados a quadros infecciosos ou distúrbios hidroeletrolíticos.

Idade e Sexo dos Pacientes

Anasarca é um quadro raro em jovens. Quando presente, deve-se investigar o comprometimento renal (glomerulonefrite, síndrome nefrótica).


Comorbidades

  • Diabetes melito está relacionado com causas cardíacas e renais de anasarca;
  • Hepatites virais com causas hepáticas;
  • Doenças cardíacas, hipertensão, obesidade;
  • dispneia aos esforços, precordialgia, obesidade, hipertensão ou tabagismo sugerem comprometimento cardíaco;
  • Oligúria, nictúria, hematúria ou anúria sugerem comprometimento renal;
  • Ascite volumosa, ginecomastia, eritema palmar, aranhas vasculares ou etilismo sugerem comprometimento hepático;
  • Caquexia sugere desnutrição protéico-calórica;
  • Derrames cavitários (ascite, derrame pleural e pericárdico) podem estar presentes em qualquer paciente com anasarca, independentemente da causa;
  • Fármacos em uso podem tanto agravar quanto desencadear o quadro;
  • Distribuição: os membros inferiores são regiões mais acometidas, entretanto duas regiões devem ser rotineiramente investigadas: região pré-sacral, principalmente em paciente acamados, e face. Presença de desproporção entre ascite (volumosa) e edema discreto ou moderado de extremidades sugere hepatopatia ou carcinomatose peritoneal;
  • Intensidade: avaliado pela compressão digital sobre estrutura rígida adjacente (sinal de Godet, Cacifo) pelo peso diário do paciente ou pela medida do perímetro da região edemaciada (membros inferiores, abdome). Importante no acompanhamento do quadro evolutivo e da resposta terapêutica;
  • Consistência: quando mole e facilmente depressível, significa apenas que a retenção hídrica é de duração não muito longa e o tecido subcutâneo está infiltrado de água. Quando dura, traduz a proliferação fibroblástica que ocorre nos edemas de longa duração ou que se acompanham de repetidos surtos inflamatórios;
  • Elasticidade: tipicamente presente nos edemas inflamatórios ou ausente no mixedema;
  • Alteração de coloração: palidez sugere presença de distúrbios circulatórios, cianose indica distúrbios de oxigenação e hiperemia sugere processos inflamatórios;
  • Textura: lisa sugere quadro recente, enrugada indica reabsorção e espessa sugere edema de longa duração;
  • Ulcerações: são causas frequentes de infecção e sangramento local, e necessitam tratamento prolongado;
  • Dor e calor local: quando presentes, sugerem quadro inflamatório.

Tabela 2: Avaliação do paciente com anasarca

anasarca DE ETIOLOGIA CARDIOGÊNICA

História clínica

Exame físico

Triagem laboratorial

Antecedente de cardiopatia, diabetes, tabagismo, obesidade, dislipidemia, dispneia aos esforços, HAS (hipertensão)

Ortopneia, edema mole, elástico, indolor com predomínio nos membros inferiores.

· Exame de urina: proteinúria leve ou ausente

· Ureia, creatinina: pode indicar comprometimento renal associado

· Radiografia de tórax: cardiomegalia com ou sem congestão

· Ecocardiograma: comprometimento do ventrículo esquerdo ou direito

· ECG: arritmias, sobrecargas cardíacas e/ou infartos prévios

anasarca DE ETIOLOGIA HEPÁTICA

Antecedente de etilismo ou doença hepática crônica, uso de drogas hepatotóxicas

Presença de aranhas vasculares, eritema palmar, icterícia, ascite, edema generalizado discreto, edema mole, elástico e indolor.

· Exame de urina: proteinúria, quando presente é mínima

· Creatinina: usualmente normal ou diminuída pela diminuição da massa muscular. Quando elevado, indica comprometimento renal associado

· AST, ALT, TP, bilirrubinas: quando alteradas, indicam hepatopatia

anasarca DE ETIOLOGIA RENAL

Antecedente de nefropatia, uso de drogas nefrotóxicas

Edema facial e periorbitário, anasarca intensa, oligúria ou anúria, edema, inicialmente manifesto palpebral matinal e de membros inferiores no transcorrer do dia, HAS e hematúria

· Exame de urina: proteinúria acentuada, hematúria pode estar presente indicando nefrite

· Ureia e creatinina: quando elevadas, indicam insuficiência renal, estão normais ou pouco alterados nos quadros nefróticos

· Potássio: está elevado na insuficiência renal

· Colesterol e triglicérides: dislipidemia acentuada na síndrome nefrótica

· Proteinúria e creatinina urina 24 de horas: estimar o clearance de creatinina e a proteinúria

· Ultrasonografia: estima tamanho e a ecodensidade renal,


TRATAMENTO

O mais importante é considerar a anasarca como um sinal de uma doença em evolução que precisa ser tratada. Em pacientes internados, a causa mais frequente de anasarca é iatrogênica por excesso de infusão de soluções endovenosas. Neste caso, a restrição hídrica parenteral reverte o quadro na maioria dos pacientes com função renal preservada. Devem ser suspensas ou substituídas todas as drogas cárdio, hepato e nefrotóxicas que os pacientes anasarcados estejam utilizando. É indispensável investigar e tratar os fatores de descompensação: infecções, distúrbios hidroeletrolíticos ou ácido básico, arritmias, infarto agudo do miocárdio ou piora das disfunções orgânicas. Para maiores detalhes sobre o tratamento da insuficiência cardíaca congestiva, cirrose e disfunção renal, nefrótica ou não, consultar os capítulos específicos.

Tabela 5: Tratamento da anasarca

Tratar a causa de base

Diminuir a ingestão de sódio e água

Aumentar a excreção de sódio e água: diuréticos (são paliativos, não curativos); repouso

Não piorar o quadro. O uso de diuréticos apresentam o risco potencial da diurese excessiva levando a hipovolemia, hipotensão arterial, diminuição da perfusão orgânica e agravamento da disfunção de base.


Restrição de Líquidos

A restrição hídrica está indicada em quase todos os casos de anasarca, sendo tanto maior quanto mais acentuado for o edema. Em casos graves, aconselha-se a restrição hídrica para que a concentração de sódio plasmático não caia abaixo de 130 mEq/L, usualmente alcançado com a ingestão de 1.000 a 1.500 mL de líquidos/dia. Em pacientes renais crônicos, esta restrição pode ser ainda mais acentuada. A quantidade de água ingerida e eliminada deve ser monitorada, assim como o peso diário. Bebida alcoólica deve ser evitada na presença de comprometimento hepático (cirrose ou hepatite).


Dieta

Um paciente edemaciado costuma apresentar pequenas perdas de sódio pela urina ou pelo suor, aproximadamente 15 mEq/dia. Uma dieta pobre em sódio (1 mg/dia) garante uma ingestão de aproximadamente 17 mEq/dia, portanto, a restrição dietética de sódio não diminui o edema, apenas previne sua piora. Todos os pacientes necessitam de aconselhamento dietético em relação à manutenção do peso ideal, com correção da obesidade e da caquexia. No Brasil, a ingestão diária de cloreto de sódio é, em torno de 8 a 12 g/dia (IBGE), ultrapassando em mais de 5 vezes as necessidades diárias. Uma dieta com 2 g/dia de cloreto de sódio deve ser instituída, garantindo o aporte, por outras fontes alimentares, de minerais como potássio, cálcio e iodo, sobretudo nos pacientes em uso de grandes doses de diuréticos. A dieta com excesso de cloreto de sódio pode ser responsável por episódios de descompensação cardíaca e renal, assim como por diminuição da eficácia dos diuréticos. As principais fontes alimentares de sódio são: sal, alimentos industrializados e conservas (caldo de carne concentrado, bacalhau, charque, carne seca e defumados), sopas em pacote, condimentos em geral (ketchup, mostarda, shoyo, picles, azeitona, aspargo, palmito), pão, amendoim, grão de bico, sementes de abóbora e salgados.

Diuréticos

Embora não se disponha de qualquer estudo controlado que demonstre o efeito favorável dos diuréticos na mortalidade da anasarca, são as drogas mais efetivas para a melhora dos sintomas edematosos. Os diuréticos utilizados no tratamento da anasarca pertencem a três grupos: tiazídicos, de alça e poupadores de potássio. Pacientes com evidências de congestão visceral e edema periférico ou sintomas congestivos pulmonares devem ser medicados com diuréticos de alça, sendo as doses e a via de administração regulada pela resposta terapêutica. Pacientes com quadros graves necessitam de doses frequentes, elevadas e muitas vezes da adição de outro(s) diurético(s), com mecanismo de ação diferente.

Tiazídicos

Inibem o transporte de sódio e cloro no início do tubo contornado distal. Como somente 5 a 8% do sódio do filtrado glomerular são excretados nessa porção do néfron, são pouco eficazes quando usados isoladamente. Sua ação depende de função renal relativamente preservada, já que com taxas de filtrado glomerular menores que 30 mL/min, sua ação é limitada. As complicações ligadas aos tiazídicos são de dois tipos: · idiossincrásicas ou reações de hipersensibilidade (raras): urticária, rash cutâneo, púrpura, fotossensibilidade, pancreatite; · complicações metabólicas: hiponatremia idiossincrática, hipopotassemia, hipomagnesemia, hiperuricemia, hipercalcemia, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia. A hipopotassemia favorece o aparecimento de arritmias, a diminuição da PA e compromete o metabolismo de carboidratos por interferir na liberação de insulina.



Diuréticos de Alça

Inibem o transporte de cloro e sódio da porção luminal para o espaço intracelular no ramo ascendente da alça de Henle, tanto na parte cortical como medular. Os principais representantes desta classe são a furosemida e a bumetanida, que têm efeitos similares em doses equivalentes. Esses diuréticos têm início de ação mais rápido e duração de ação mais curta que os tiazídicos. Os diuréticos de alça são bem tolerados e as reações adversas são de dois tipos: hipersensibilidade e metabólicas. Das complicações metabólicas, destacam-se a hipopotassemia (menos comum que com os tiazídicos, pela curta ação), a hipomagnesemia, que também é rara, e a hiponatremia. Ototoxicidade, geralmente reversível, é complicação rara e relacionada com o uso de altas doses intravenosas ou emprego concomitante de outras drogas ototóxicas.

Diuréticos Poupadores de Potássio

Como diuréticos, são pouco potentes e geralmente utilizados em associação com outros agentes, quando se objetiva a retenção de potássio. Seu mecanismo de ação envolve a inibição do potencial transepitelial (normalmente negativo) ao nível da porção cortical do tubo coletor. A espironolactona antagoniza a aldosterona, possui efeito diurético e anti-hipertensivo e é indicado em estados edematosos (insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática e síndrome nefrótica). Podem aparecer sinais de hiperpotassemia (arritmias cardíacas), náuseas, vômitos, diarreia e, com menor frequência, ginecomastia (após vários meses de tratamento), além de torpor, tonturas, falta de energia, cefaleias. Em raras ocasiões, ocorrem erupção cutânea ou prurido (reação alérgica). Precauções: nos idosos, em pacientes com insuficiência renal, uso concomitante de inibidores da ECA, pode haver um maior risco de desenvolver hiperpotassemia. Nos diabéticos e falciformes, a associação com hipoaldosteronismo hiporreninêmico aumenta o risco de hipercalemia. Doses maiores que 100 mg/dia podem produzir efeitos endócrinos ou antiandrogênicos. O uso de corticosterides, ACTH e mineralocorticoides pode diminuir os efeitos natriurético e diurético e reverter o efeito retentor de potássio. Pode diminuir o efeito anti-hipertensivo ao se associar estrogênios, AINE ou drogas simpaticomiméticas. A relação risco-benefício deve ser avaliada na presença de anúria ou disfunção renal, diabetes melito, nefropatia diabética, disfunção hepática, hiponatremia, distúrbios menstruais e ginecomastia

OLHO VERMELHO




A hiperemia ocular pode estar presente, desde casos simples, como conjuntivites, até casos complexos e perigosos, como uveítes e glaucoma agudo. Via de regra, o médico do pronto-socorro é quem presta o primeiro atendimento ao paciente com olho vermelho, por isso é fundamental que ele compreenda as principais doenças associadas a esse sinal, podendo assim detectar sinais de perigo. Com essas noções em mente o médico pode conduzir com maior segurança cada caso, tratando prontamente alguns pacientes e solicitando a avaliação de um oftalmologista para outros.


ACHADOS CLÍNICOS

História clínica

Existem questões fundamentais na anamnese de um paciente com olho vermelho, como: localização da hiperemia, prurido, secreção, fotofobia, dor, lacrimejamento, e diminuição da acuidade visual. Deve-se também indagar quanto ao tempo de início, a duração do quadro e eventuais recidivas. Além dos antecedentes pessoais habituais, lembrar de antecedentes oftalmológicos relevantes como utilização de medicações oculares, uso de óculos, lentes de contato e cirurgias prévias.

Exame físico

No exame físico, alguns aspectos podem ser determinados apenas com a utilização de uma lanterna, enquanto outros dependem de equipamentos oftalmológicos e colírios específicos. Alguns pontos importantes do exame são:
Medida da acuidade visual: deve ser realizada com cada olho individualmente, utilizando-se uma tabela específica. Caso uma tabela não esteja presente ou o paciente estiver acamado, notar se ele pode contar dedos a uma determinada distância, se percebe o movimento de sua mão ou se percebe a presença de uma fonte de luz.

Localzação da hiperemia: pode-se avaliar a localização apenas com a utilização de uma lanterna. A hiperemia ocular pode ser difusa ou localizada. A última pode se dividir em
  • Setorial: quando envolve determinado quadrante do globo ocular.
  • Tarsal: quando envolve a cojuntiva que recobre as pálpebras.
  • Pericerática: quando envolve a região próxima à córnea.

Há secreção? Qual seu aspecto? Ao simples exame externo pode-se também definir se há ou não secreção ocular, que pode ter característica purulenta, mucosa ou aquosa.

  • Aferição de pressão intraocular (PIO): na aferição da PIO utiliza-se um aparelho chamado tonômetro; no entanto, uma comparação entre a “rigidez” dos dois olhos pode ser feita mediante realização de pressão alternada dos indicadores do examinador sobre o olho do paciente, que deve estar fechado.
  • Avaliação do reflexo pupilar: deve-se observar a resposta pupilar dos dois olhos a uma forte fonte de luz.
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1331/olho_vermelho.htm

HIPEREMIA


O termo hiperemia significa aumento do volume de sangue num tecido ou parte afetada.A hiperemia ativa ocorre quando a dilatação arterial e arteriolar produz aumento do fluxo de sangue na rede capilar, com abertura dos capilares inativos. A hiperemia inativa resulta de distúrbios de ordem venosa.

1. Hiperemia Ativa:

Causa maior rubor na parte afetada. A dilatação arterial ou arteriolar surge através de mecanismos neurogênicos simpáticos ou pela liberação de substâncias vasoativas. A hiperemia ativa da pele é encontrada sempre que é necessário a dissipação de calor do corpo excesso, como no exercício muscular e estados febris.

2. Hiperemia Passiva (congestão):

Causa coloração vermelho-azulada nas partes afetas à medida que o sangue venoso é represado. O tom azulado é acentuado quando a congestão leva à aumento da hemoglobina desoxigenada do sangue (cianose).A hiperemia pode ocorrer como um processo sistêmico ou localizado. A hiperemia localizada ocorre em ocasiões em que, por exemplo, o retorno venoso de sangue de uma extremidade é obstruído. A congestão da redes capilares está intimamente relacionada com o desenvolvimento do edema, assim, a congestão e o edema comumente ocorrem juntos.


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Hemorragia nos núcleos da base, com inundação ventricular



Hemorragia cerebral nos núcleos da base com inundação ventricular. Uma hemorragia na base do lobo frontal direito rompeu-se para a luz do ventrículo lateral, causando inundação hemorrágica de ambos ventrículos (há comunicação de ambos ventrículos laterais com o III ventrículo pelos foramens de Monro). A causa desta hemorragia não está clara. Não é a localização clássica da hemorragia por hipertensão. Esta ocorre nas artérias lentículo-estriadas e geralmente inicia-se na margem lateral do putamen (portanto mais posterior que neste exemplo). Uma outra possibilidade seria a ruptura de um aneurisma na parte anterior do círculo de Willis, que estivesse aderido à face inferior do lobo frontal (contudo, isto não está visível aqui). A inundação hemorrágica é uma complicação grave, pois aumenta muito a pressão no interior do sistema ventricular, levando a compressão dos núcleos hipotalâmicos e outros centros vitais no III e IV ventrículos, causando óbito.

http://anatpat.unicamp.br/pecasneuro18.html

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Especialistas recomendam exercícios físicos para pacientes com câncer

Embora, por muito tempo, os médicos tenham recomendado repouso para as pessoas com câncer, esses pacientes podem - e devem - fazer atividades físicas antes, durante e após o tratamento, segundo as novas recomendações do American College of Sports Medicine. Com a realização de uma revisão de estudos sobre o assunto, os especialistas concluíram que a realização de atividades moderadas é segura e pode trazer benefícios para pacientes antes e após o tratamento de diversos tipos de câncer.

“Temos que deixar passar a ideia de que os exercícios são prejudiciais aos pacientes com câncer”, disse a pesquisadora Kathryn Schmitz, da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, acrescentando que as atividades físicas “melhoram a forma aeróbica e a força, reduz a fadiga, melhora a qualidade de vida e a autoimagem”.

Entretanto, os especialistas destacam que os pacientes não devem abusar, realizando atividades moderadas regularmente - em geral, 30 minutos por dia, cinco dias por semana, de atividades como caminhada.

Os especialistas destacam, ainda, que os exercícios devem ser adaptados a cada caso. Por exemplo, aqueles com câncer gastrointestinal ou outro tipo que pode se disseminar para os ossos devem evitar treinamentos com muito peso; e pessoas com o sistema imunológico comprometido devem evitar se exercitar em academias. Por isso, é importante consultar um médico antes de começar qualquer atividade, e ser acompanhado por um especialista.

Fonte:http://www.medplan.com.br/materias/2/14604.html

domingo, 6 de junho de 2010

Celular versus câncer: só dúvidas

A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou nesta segunda-feira (17/05) o maior estudo já realizado sobre o uso de celular e a probabilidade de desenvolver câncer de cérebro. A pesquisa durou dez anos e envolveu 13 mil pessoas, em 13 países. Segundo os autores, há um possível risco à saúde com a utilização excessiva desses aparelhos, mas afirmam que são necessárias novas investigações para obter conclusões definitivas a respeito do tema.

O estudo da Agência Internacional para a Investigação de Câncer (IARC, na sigla em inglês) da OMS - com participação de 21 cientistas internacionais - analisou dados de usuários sem problemas de saúde e de pacientes com dois tipos de tumores cerebrais: glioma e meningioma.

O cérebro é um dos tecidos que mais absorvem a radiação emitida pelos celulares. Os resultados indicaram que o grupo que passava mais tempo ao telefone apresentou um risco maior de ambos os tumores. Porém, segundo os autores, não foi possível relacionar esse hábito como uma causa direta da doença.

E alguns dados deixaram os cientistas sem respostas. Por exemplo, eles constataram que, em geral, usuários de celulares têm um risco menor de câncer cerebral do que indivíduos que não andam com esses aparelhos.

Segundo os investigadores, ocorreram problemas com a metodologia do estudo e, portanto, as conclusões não são confiáveis. Além disso, os padrões de uso dos telefones móveis e a fabricação de seus componentes mudaram muito desde 2000, quando os cientistas iniciaram a investigação. A julgar pelos dados de hoje, a maioria dos participantes não usava celular de forma excessiva, afirmam.

Em média, o tempo de uso do aparelho entre os participantes era de 2 a 2,5 horas ao mês, ou cerca de meia hora por dia. E hoje se estima que uma pessoa use um telefone móvel durante uma hora ou mais ao dia.

E também se deve levar em conta que a tecnologia na produção dos modelos avançaram muito e os fabricantes reduziram as emissões de radiação. Outro detalhe importante é que hoje em dia se usa mais as operações de textos, como SMS, que afastam o aparelho da cabeça.

- Por causa desses fatores, é preciso fazer mais estudos a respeito do tema - disse Christopher Wild - diretor da IARC. - Não se estabeleceu um maior risco de câncer cerebral.

Para os críticos do estudo, a análise foi mal feita porque, em vez de monitorar os participantes, foi pedido apenas que recordassem quanto tempo e em qual ouvido colocavam os seus celulares em dez anos. Além disso, a pesquisa foi financiada em grande parte por empresas de telefonia móvel.

Vários estudos anteriores já haviam investigado os efeitos à saúde da exposição de baixo nível à radiação microondas emitidas e recebidas pelos celulares. Mas até agora nenhuma delas obteve evidências claras de que essas ondas produzem sérios danos ao DNA das células, levando ao câncer. E também já se estudou a possibilidade de que as pequenas quantidades de calor que os celulares geram junto ao ouvido sejam suficientes para produzir alguma doença.

Fonte: http://www.medplan.com.br/materias/2/14415.html

sábado, 5 de junho de 2010

Tumores


Tumores são caroços ou protuberância desenvolvida pelo aumento anormal de uma parte ou da totalidade de um tecido que se multiplicam. Podem ser benignos ou malignos (câncer). No tumor benigno as células crescem devagar, são iguais aos tecidos onde estão instalados e não afeta o organismo da pessoa. O tumor maligno deforma e estoura a célula e cresce rapidamente evoluindo e se alastrando para todo o organismo. Não se sabe ao certo o que causa os tumores, se sabe apenas que é originado de células defeituosas que reproduz outras células defeituosas.

Os tumores benignos podem ser tratados ou retirados sem causar complicações. Já os tumores malignos que são responsáveis por cerca de 12% de mortes em 2001 podem ser tratados. Alguns tipos de tumores malignos ainda não possuem cura mas, as curáveis se detectadas em estágio inicial em 60% dos casos têm cura. Os tumores malignos mais comuns são:

• Pulmão : É o mais devastador de todos. 90% dos casos de tumores no pulmão são fumantes e cresce a cada ano 2% sendo 57% entre homens e 134% entre mulheres. Há possibilidade de até 70% de chance de cura com tratamentos a base de cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

• Próstata: É o segundo mais freqüente. 80% dos casos não se manifestam clinicamente e nos 20% restantes causa dificuldades para urinar. Quando detectado em estágio inicial a chance de cura é de 70% a 90%. Somente é possível através do toque retal e o tratamento é a base de cirurgia, radioterapia e o hormonioterapia.

• Pele: Surge cerca de 100 mil novos casos a cada ano. É provocado por predisposição genética com excesso de sol. A gravidade depende do tipo do tumor. O carcinoma que responde por 90% dos casos não é muito perigoso e raramente provoca algo além da área afetada. Já o melanoma é agressivo e leva a morte se não tratado a tempo. Se encontrado em estágio inicial, as chances de cura são de 95%.

• Colo do útero: Mata cerca de quatro mil mulheres por ano no Brasil. É causado normalmente por um vírus (papiloma ou HPV) pelo contato sexual. Esse vírus é responsável por 90% de câncer no colo do útero. Os sintomas são sangramentos, corrimento contínuo e dor nas relações sexuais. Tais sintomas só aparecem em estágio avançado, o que dificulta o tratamento.

• Mama: Atinge cerca de 35 mil mulheres no Brasil. Aparece normalmente em quem tem predisposição genética. É relacionado à sensibilidade ao estrógeno. Quanto mais ciclos menstruais maior o risco da doença. O risco maior é em mulheres com mais idade e nas que não tiveram filhos ou que tiveram tarde após os 30 anos.

Fonte: Brasil Escola